terça-feira, junho 23, 2015

Um dia, quem sabe...

Sinto a tua falta. Já é tarde. A noite caiu há muito; eu não durmo. Fecho os olhos, mas vejo-te com ela. Os corpos abraçados e o teu sorriso, que eu pensava ser meu, é dela.

Dói como nunca pensei. A força deste sentimento é maior do que a minha vontade. Quero partir, fugir! Mas não posso…

Finjo que estou bem! Finjo que nunca foste nada para mim. Minto ao mundo! Tento convencer-me de que digo a verdade. Sou hipócrita, porque te quero e não te posso ter.

É de manhã! Forço-me a tomar o pequeno-almoço. Não me apetece! Só tu me apeteces…mas não posso nunca mais ouvir na tua voz o “Bom dia, princesa!”.

Trabalho. Sorrio. Sou um androide que alguém ligou e se esqueceu de desligar.

Olho o telemóvel, mas não encontro nenhum SMS teu. Nunca mais receberei nada teu.

Por que é que me mentiste? Por que é que partiste o meu coração? Não te entendo. Não quiseste saber.

Quero tanto dizer-te o que sinto. Quero tanto esquecer-me de ti. Quero voltar a poder respirar sem dor. Quero poder conseguir dormir, sem ter que acordar a meio da noite a pensar em ti. Quero, mas não posso!

Um dia, quem sabe, saberás o que é ser magoado. Um dia saberás o que é ter o coração de tal forma despedaçado que cola nenhuma conseguirá consertar. Um dia, quem sabe…